José Mata Economia da Empresa
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Comunicação e experiências de preços

Formas amigáveis de comunicar a intenção de alterar preços no sector de transporte aéreo.
Num encontro que manteve com analistas de Wall Street no final de 1999, o Presidente da American Airlines queixou-se que a rentabilidade do sector se ressentia dos esforços dos concorrentes para expandirem a sua capacidade e da estratégia subsequente de redução de preços com vista ao preenchimento dos lugares.

No final dessa mesma semana a Continental Airlines subiu as suas tarifas em $10 nas viagens de longas distâncias e $5 nas viagens mais curtas. Num discurso feito a empregados o Presidente da Continental justificou este aumento como decorrendo do aumento dos preços dos combustíveis e um porta-voz da empresa negou qualquer relação com os comentários do presidente da American. O facto deste aumento ter surgido no final da semana não foi obra do acaso. Os fins de semana são as alturas mais calmas na aviação. As companhias que querem iniciar uma subida de preços fazem-no geralmente durante o fim de semana, observam a reacção dos concorrentes e recuam se uma ou mais das grandes não acompanhou a alteração.

Ainda durante essa mesma semana a United Airlines reduziu as comissões das agências de viagens de 8% para 5%, no que foi imediatamente seguida pela American.

Noutros países, a comunicação é até mais explícita. Numa entrevista que apareceu no Expresso com o título ``Tarifas devem crescer'', o Director-Geral da Continental Airlines em Portugal afirmava:

``A TAP já afirmou na comunicação social a intenção de subir as tarifas, mas as outras empresas oferecem tarifas tão baixas que a concorrência se torna impraticável. [...] A nossa intenção é aumentar as tarifas e é importante que as outras companhias percebam que é a única maneira de salvar o negócio. [...] Pensamos que devem aumentar 5% ou 10%. E quando falamos destes aumentos em bilhetes que custam 100 contos, entendemos que não é por isso que os passageiros vão deixar de ir aos Estados Unidos. No entanto, 5 ou 10 contos para a nossa companhia podem fazer a diferença entre o passarmos do negativo para o positivo.''

fonte: The Wall Street Journal 10/11/1999, Expresso 27/10/2001

Tarifas devem crescer
A entrevista completa

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